30.1.09

Assista o Big Brother Brasil

Assista o BBB e aprenda que a vida é um jogo e uma guerra; e que as pessoas com quem convivemos não passam de nossos inimigos e adversários.

Assista o BBB e aprenda que 1 milhão de reais vale mais do que um bom relacionamento com as pessoas. Se a vida é uma competição e o prêmio é muito dinheiro, então se apresse para aprender a arte da guerra contra o próximo no BBB. Assim, o próximo é considerado apenas um trampolim utilitário para se ganhar muito dinheiro.

Assista o BBB e, inconscientemente, você sairá da sua casa e da sua vida real para entrar e morar na casa mais famosa do Brasil. Você perceberá que perderá o caráter para ter vida dupla, duas caras, duas máscaras em frente às câmeras da reputação social. Essa é a diferença entre assistir filme e BBB: Há filmes que você não passa de telespectador passivo. Já no BBB, como há interatividade, você é mais um na casa. E este é o grande perigo.

Assista o BBB e será despertado ódio por pessoas que você nunca teve um relacionamento pessoal. Então, você vai perceber que estará avaliando a pessoa, não pela transparência do caráter, mas pela aparência da imagem da reputação de um “reality show” de falsidade. Já percebeu os critérios que você usa para julgar e colocar as pessoas no paredão e excluí-las da sua vida?

Assista o BBB e perceba como você gasta muito dinheiro com ligações para participar diretamente da casa e excluir quem você não gosta. Por que você não usa esse dinheiro para ajudar alguém e/ou consagrar para a obra de Deus? Você já percebeu que a ligação é para expulsar alguém da casa? Percebeu que a ligação é uma arma de guerra contra quem você quer matar? Percebeu que o BBB te torna, no coração, um homicida virtual e midiático? Percebeu que você aprenderá a colocar as pessoas no paredão de execução quando você não gostar mais delas?(Des)ligue-se de alguém para matá-lo. Esse é o lema do BBB. Quer aprender? Então ligue. E assim faça um chacina no paredão de execuções.

Assista o BBB e perceba que a tua torcida sempre dá mais audiência para quem é mais safado, vingativo, traidor, malandro, dissimulador, mesquinho, egoísta, bêbado, erótico-sensual.

Assista o BBB e perceba que todos os jogos fabricam um ambiente de partidarismo, panelinha, fofoca, traição, guerrilha, armadilha, manipulação, bajulação, ciúmes, ira, ambição egoísta, discórdia, inimizade, rivalidades, inveja, glutonaria, orgias; enfim, um ambiente perfeito para as obras da carne (Gl 5:19 – 21).

Assista o BBB e você não vai encontrar amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, amabilidade e domínio próprio (Gl 5:22 – 26); pois o fruto do Espírito de Jesus não dá pontos no Ibope. Você acha que Jesus participaria e/ou assistiria todos os dias o BBB?

Assista o BBB todos os dias e pergunte a si mesmo: Por que o BBB me atrai tanto? Por que priorizo na minha agenda assistir o BBB e não reservo o mesmo tanto de tempo para orar e ler a Bíblia? Por que dou mais audiência a brigas, discórdias, vingança e barracos no BBB do que uma boa conversar de amor, perdão e comunhão com a família e amigos? Por que prefiro escutar as mensagens de intrigas, traição, bajulação e vingança do que cultuar a Deus na igreja com meus irmãos? Acredito que o BBB revela a natureza pecaminosa do ser humano. E além de revelar, o BBB desperta, incentiva e aprova o pecado.

Assista o BBB e, inconscientemente, transfira tudo o que você aprendeu para sua casa, trabalho e igreja. E desse jeito você fará uma grande guerra. É assim que você quer conviver com as pessoas?

Enfim: Assista o BBB e transforme sua televisão no vaso sanitário da Globo que descarrega toda diarréia do Diabo na sua casa, mente e nos seus relacionamentos.

Pense nisso!

Em Cristo, que nos fez irmãos pelo alto preço do seu sangue derramado na cruz e não "Big Brothers" que derramam o sangue um do outro para ganhar a todo custo um milhão de reais.

Jairo Filho

Veja o texto na íntegra em: www.blogdojairofilho.blogspot.com

25.1.09

Brincando com os Cavalos

Tive o privilégio de crescer em um sítio e, entre a idade de 8 e 11 anos tive dois cavalos, era responsável por cuidar deles, tirar os carrapatos, limpar, passar remédio nas mordidas de morcego e, principalmente, levá-lo para onde tivessem verdes pastos. Essas eram as condições para eu poder brincar com ele. Nunca tive uma cela e nem cabresto, às vezes montava nele com uma corda e cavalgava meio sem direção. O fato de eu deixar ele me levar era a nossa brincadeira, era o que nós dois gostávamos. E o mais fantástico é que quase sempre ele me levava a um lugar que eu não conhecia.

Certa vez, tomei um coice e até uma mordida dele e o cara que nos vendeu falou que era porque eu não estava montando nele com o arreio e ele estava ficando desacostumado e voltando a ter vontade própria. Só comprando um arreio para domá-lo de novo.

Esta experiência que tive, brincando com os cavalos, me ensinou muito sobre hermenêutica. Vou explicar:

A pretensão moderna em dissecar a palavra de Deus de uma forma científica se tornou ineficaz pedagogicamente e de instrumento de transformação.

Não sei por que a maioria dos professores nas escolas nos ensinou que somos maiores que os textos só porque somos os intérpretes. Ler se tornou sinônimo de domínio. Como um cavaleiro domina o seu cavalo na arena de um rodeio, a hermenêutica se tornou o cabresto das letras e o premio é dado para aquele que demonstra mais habilidade em domar o cavalo.

Assim, vamos até o texto para analisá-lo de forma científica e confundimos neutralidade da pesquisa com frieza. Com isso, matamos as poesias, os contos, as narrativas, as parábolas, os textos apocalípticos, entre outros. A forma com que as escolas nos ensinaram a ler, só me serve para ler jornal.

Quero regredir a minha infância e brincar com os cavalos, voltar aos tempos em que a bíblia era lida para mim, assim como foi para os primeiros ouvintes do texto bíblico, onde não sou o domador de cavalos e sim o menino que brinca com o cavalo, que o monta sem superioridade, em uma confiança mútua, sem achar que conhece o caminho.

Quando ouvia as histórias como criança, na frente dos meus olhos já não estavam mais as letras como hoje estão e sim a imaginação, os sonhos que transformavam as palavras em imagens.

Quero ouvir Salmos como ouço Vinícius de Moraes, que narrem o livro de Gênesis como foi narrado Indiana Jones, quero imaginar Apocalipse como um gibi de manga, ouvir as parábolas contadas num banquinho de praça por Forest Gump, receber as regras de Levítico lidas em alta voz por um juiz de tribunal sério e inteligente, ser sussurrado cantares por minha amada e, abrir o e-mail, indevidamente, que Paulo mandou para Timóteo.

Quando ia brincar com os cavalos, só porque não estava domando-os, não significava que estava desrespeitando ou os rebaixando, estava apenas deixando-os ser o que são: cavalos.

Eu sei que, assim como brincar com os cavalos, ler a bíblia dessa maneira é bobeira, coisa de criança. Hoje somos adultos e temos que entrar na arena para que todos possam ver a nossa virilidade.

Mas...Não custa nada sonhar!

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