30.3.08

Eu sei quem posso ser porque fostes quem és

Quando reflito sobre a nossa juventude evangélica, a cada dia penso mais e a cada mais menos, fico um dó de dúvida: é assim que deveria ser? Como resposta meu amigo em prosa indignada: “precisamos de referenciais e não de referem-se-ais”. Concordei.

Jesus de Nazaré, em seu ministério na Galiléia, fez perguntas aos seus seguidores que devem nos guiar a um modelo apropriado de liderança: “quem o povo diz que eu sou?”, e logo em seguida, “e vocês? quem vocês dizem que eu sou?” (Mc 8.27-29, NTLH). Desta forma o Mestre focalizou as expectativas dos outros quanto à sua pessoa e seu ministério. Suas indagações foram como clarões de luzes que adentraram imperceptivelmente aqueles corações e delimitaram as estradas e os horizontes das vidas ali. E ali temos não o que critica, mas o que deixou-se ser criticado, apesar das limitações das réplicas. Aprendi que o importante é que nós líderes transpareçamos nossas motivações e objetivos àqueles que estão sob nossos cuidados. Assim, nossa integridade resistirá aos tempos e ventos.

Ser um referencial numa geração onde os modelos são raros exige de nós um estilo de vida em-pático. Alguém já disse que nestes dias pessoas não seguirão idéias, mas seguirão amigos. E não é que o Nazareno se fazia presente na periferia do mundo? – “Jesus e os discípulos partiram para as aldeias de Cesaréia de Filipe...” (Mc 8.27, NTLH). O método de Jesus era o método do encontro. Versejou lágrimas e dissipou temores no estar-junto. Ele esteve a quem esteve tão só – e estar faz tão bem quando se quer bem. O bem, meu bem, é irreparável. E porque fugimos muitas vezes?

Penso, por vezes, nisso tudo; colorindo a mente. E eis o segredo sagrado: o Cristo – o referencial. Alguém que nunca abandonou o projeto de Deus – isto é, pessoas. Então, ajude-nos Cristo, a não desistirmos desta geração! Lidere-nos!

2 comentários:

Jairo Filho disse...

Algum tempo atrás ouvimos o eco decepcionado do poeta: "ideologia, eu quero uma pra viver".Também, já ouvimos o clamor dos guetos acadêmicos cristãos: "Teologia, eu quero uma pra viver". E hoje já podemos perceber a decepção do rebanho que diz: "líder referencial, eu quero uma pra seguir" ou "igreja, eu quero uma pra ir".

Esses gritos não são ouvidos mais, pois, como bem nos lembrou o Fábio, "estes dias pessoas não seguirão idéias, mas seguirão amigos" e não chefes ou instituições.

Creio que o Fábio está certo em nos lembrar de que é necessário sairmos de nossos gabinetes de ar condicionado, das telas dos computadores, dos templos cheios de uma multidão sem rostos e identidade para seguir o modelo do encontro empático do Senhor-Mestre-Amigo Jesus Cristo de Nazaré.

Que nosso projeto de vida seja o mesmo de Jesus. Sejamos discípulos fazendo discípulos de Cristo.

Valeu Fábio pelo texto.
Deus te crie com muito amor.

Marcos Botelho do JV disse...

Cara fui muito impactado por este artigo. Faz anos que buscava ler isso e não encontrava. Nem sei o que comentar! serio mesmo, que clareza mano!
"E ali temos não o que critica, mas o que deixou-se ser criticado" isso preciso aplicar seriamente na minha vida como líder, Cristo não repreende as respostas erradas, apenas aponta para as resposta certa. O nossa referencia de líder nao tem medo de ser injustamente avaliado pois sabe quem é e o que veio fazer. Ele é o cristo o filho do Deus vivo e veio salvar pessoas e não doutrinas e valores morais! esse é jesus de Nazaré a minha verdadeira referencia de líder!

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