14.4.08

Ícones Acessíveis

O grande medo do ser humano é ficar sozinho. Qualquer pessoa normal sabe que não se pode e nem é bom viver uma vida solitária longe de todos e de tudo. Não descarto que o “ficar sozinho” é algo importante para todo o ser humano, mas isso são momentos e não podem passar de momentos.
Para o adolescente ficar fora de um grupo, ou não fazer parte de um grupo de amigos seja na escola, bairro, parques, é um sinal de exclusão, um sinal que mostra que ele está sozinho, e ficar sozinho não é nem um pouco “dahora”.

Hoje mais do que nunca existem vários grupos de adolescentes, ou seja, varias tribos. Cada qual com os seus próprios estilos e gostos, atendendo assim a diversidade dos gostos dos adolescentes. Apesar da existência de varias tribos, o adolescente acaba tendo que sacrificar um pouco do que realmente ele é só para conseguir entrar e não ficar de fora da parada.
É com grande freqüência que vemos nos noticiários a quantidade de jovens envolvidos com o uso de drogas, com a violência e vandalismo. Podemos tomar tudo isso como a falta do reconhecimento, a falta de se sentir reconhecido, ou seja, um meio de chamar a atenção, mirar os holofotes neles. Um dos problemas mais recentes envolvendo jovens e adolescentes é o trafico de drogas em baladas e festas de jovens, e o mais assustador é que são eles mesmos quem traficam a troca, e a grande maioria pertence à classe média alta, são os famosos “play boys”. Através desse índice podemos ver que não se trata de um problema financeiro, mas sim um problema de falta de atenção.

Outra análise interessante é realizada através da Internet, a busca por sites de relacionamento é algo assustador. Temos aqui no Brasil uma grande rede de relacionamento que é o Orkut. Nele adolescentes, jovens e adultos encontram amigos e fazem novos amigos virtuais. Outra ferramenta da Internet na grande procura por ser conhecido e fazer parte de um grupo são os famosos Flogs, Blogs e Fotolog. Através desses programas é possível conhecer novas pessoas e suas personalidades, conversar e conhecer sobre a vida do outro e outras coisas mais.

Em uma entrevista para a revista Veja Fernanda Bruna, professora de Pós-Graduação em Comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, diz que:

“Os adolescentes querem ídolos acessíveis. Que conversem com eles, sejam parecidos.”[1]

Talvez essa seja uma explicação para a pergunta: Por que essa busca em massa nos sites de relacionamentos? E o que eles tanto buscam?
Ícones acessíveis, é disso que a juventude precisa, é assim que podemos reverter esse quadro de geração perdida e rebelde. Se nos tornarmos exemplos para eles e deixarmos que eles tenham acesso ao nosso dia-a-dia para ver que são parecidos conosco e que queremos que façam parte do nosso circulo diário, assim teremos uma grande chance de influenciar esses adolescentes que muitas vezes perdidos estão apenas em busca de alguns “Ícones Acessíveis”.

[1] Revista Veja, 31 de janeiro de 2007, edição 1993 – ano 40 – n.04 Editora: Abril

2 comentários:

Jairo Filho disse...

Gostei muito do texto “Ícones acessíveis”. E tenho certeza que podemos fazer uma ótima conexão com “o método do encontro” de Jesus proposto pelo texto anterior “Sei quem posso ser porque fostes quem és” do Fábio M. Mendes.

Mas, gostaria de ter o atrevimento de tecer uns comentários acerca da frase: “Os adolescentes querem ídolos acessíveis. Que conversem com eles, sejam parecidos.”

1. Os adolescentes querem ídolos acessíveis, mas estes devem sempre ser ídolos. Se deixarem de ser ídolos, perde-se o encanto de se querer o acesso a eles. Os adolescentes querem ídolos e não gente comum, que não tem nada de diferente. Tem que ser ídolo para ser querido pelos adolescentes.

2. Os ídolos de hoje são acessíveis. Mas que tipo de acesso/acessibilidade? Os ídolos de hoje permitem o acesso virtual, por msn, orkut, TV, mídias digitais, palcos, revistas, fotos e afins. Se o ídolo se permitir ter o acesso pessoal, do cheiro, do suor, do envolvimento, do toque, perde-se o encanto e a magia de ser o ídolo da rapaziada. E gosto pelo ídolo se desfaz como arroz de festa. E o ídolo deixa de ser ídolo e desce para o degrau dos mortais comuns.

Em resumo: Na verdade nenhum ídolo é inacessível, mas todos delimitam rigorosamente sua acessibilidade para nunca deixarem de ser ídolos.

Quando leio “o método do encontro” proposto e realizado pelo ídolo Jesus Cristo, percebo que os acessos a sua pessoa não eram nada virtuais. Ele se tornou um de nós, o som de sua voz era gravado nos tímpanos e no coração, seu toque era sentido na pele dos tomés da vida, suas lágrimas eram vertidas nos lutos e nas crises do getsêmani, seu azarrogue de justiça alcançou a corrupção da religiosidade, sua saliva tocou os olhos daqueles que queriam vê-lo, suas mãos abraçaram leprosos e crianças sentaram em seu colo de amor. E ele não deixou de ser ídolo. Porque ele foi um servo acessível.

Acho que os adolescentes de hoje querem servos acessíveis que sejam parecidos com o ídolo-servo Jesus Cristo, porque, primeiramente, ele se tornou um de nós. E assim, haverá a acessibilidade pelo “método do encontro”.

Em Cristo, o ídolo-servo.

Marcos Botelho do JV disse...

Concordo com a lógica, mas acredito que nunca ficaram completamente satisfeitos com com esta busca pelos meios de comunicação como celular, internet, etc...

como diria Ziel Machado: "Jesus se fez carne e não bites".

Parabéns Calebe.

Visitas no Vale

Ecoando no Mundo