9.3.09

Confissões de um egoísta...

(Perdoem-me o santo e o triunfantalista,
mas o que se segue aqui são confissões de um egoísta)

Vidas, pessoas, gente...
Senhor, estende-lhes as suas mãos, pois as minhas são demasiadamente curtas.
Estende o seu favor sobre aqueles que o Senhor me confiou tua sensibilidade para que eu enxergasse!
Manifesta a tua misericórdia...
Intercede com gemidos inexprimíveis!

Me sinto absurdamente limitado e falho...
Por vezes omisso, tímido, medroso, sem tempo e "em-mim-mesmado", egoísta, auto-centrado.
Mas o Senhor não é assim!
O Senhor se deu por nós! Por mim e por aqueles a quem eu ainda não tive coragem de anunciar a sua libertação!
Sou falho, sou incompleto, omisso, como disse, mas disponho minha mediocridade ante meu Salvador e ante aqueles a quem ele quer salvar!

Quem sou eu para isso?
Não é essa a questão...
Mas o "Eu sou o que sou" é o assunto e o verbo em questão.
Em que estão...
Em que estão minhas esperanças.
Em quem estão a misericórdia, a honra a salvação a glória e o poder!

Estende as suas mãos, Senhor! Apesar de mim!
Estende as tuas mãos e alcança os teus pequeninos!
Pastor dos pastores, o bom pastor! O único que perfeitamente deu a sua vida pelas suas ovelhas.
Não sei fazer isso. Tenho muito que aprender...

Não desampara os teus pequeninos, Senhor!
Escuta-lhes o clamor da alma...
Diante do sofrimento, da necessidade, da negligência e da indiferença... Por vezes, minha indiferença.
Escuta-lhes o clamor!
Escuta-lhes! Salva, resgata e dá vida, como só o Senhor sabe e pode fazer!
Transforma-lhes a vida em amizade real, consistente e verdadeira contigo!
Apesar de mim.
Apesar da religião.
Apesar das más intenções.
Apesar das boas intenções.
Apesar de mim, de tudo e de todos.
Apesar da política, da ganância e da corrupção.
Apesar do meu egoísmo e da minha maldade.
Apesar de mim e de quem sou.

Ouve, Senhor, a súplica exausta das almas cansadas!
A criação geme. O abandonado clama silenciosamente, sem saber o quê, nem para quem...
Venha o teu Reino... Socorro! Venha o teu Reino!
Perdoa a minha arrogância e a minha maldade egoísta.
Venha o teu Reino...

Sou pó. Sou pouco.
Mas, ainda bem que não sou a questão!
Ainda bem que aquele em questão, e em quem estão a esperança e a misericórdia, intervém.
Pode parecer muito que demora. Mas, vem! E, sim, intervém!
Intervém em mim.
Intervém na comunidade dos desgraçados.
Nós que desesperadamente dependemos da sua graça e intervenção.
Humanidade caída e carente, dependente.
Vem...

2 comentários:

Jairo Filho disse...

Quem conheçe o Gustavo Da Hora pessoalmente, vai perceber que realmente este texto é dele.

Sua sensibilidade à introspecção mostra sua inteligência espiritual aguçada e sinceramente corajosa em compartilhar suas confissões que se revelam como as nossas confissões.

Este texto é o retrato de todos nós.

Ninguém está imune ao ego-ísmo.

Só não temos coragem para confessá-lo.

Mas me vejo e me reconheço nestas confissões.

Assim, faço coro com o Gustavo.

Pois o que foi falado é o espelho de nossa alma.

Veja a si mesmo se for capaz de se enchergar.

Em Cristo, que ama quem faz suas confissões.

Jairo Filho

Calebe Ribeiro disse...

Cada vez que me percebo humano e falho, percebo como que por um flash, a imensidão do amor de Deus. Realmente é algo inexplicavel.
Ao ler seu texto, contemplo a Deus, não por causa das belas palavras, mas por que ele me remete a olhar para dentro de mim.

Visitas no Vale

Ecoando no Mundo